vivemos neste silêncio oco de quem se quer sem se amar.
acumulamos dias como troféus de sal, sem que no entanto lhes provemos o gosto. deixamos palavras aqui e ali. palavras em que nenhum de nós crê. todas aquelas que podíamos sussurrar à noite vazia, cosemo-las ao frio.
e de nós resta um pequeno casaco de lã (ou de outro cristalino e gélido, se assim preferires).
mais tarde, somos encontrados com lãs rasgadas e de sexos juntos, congelados no silêncio das conversas que nunca tivemos.
2 comentários:
excelente!
lindo lindo!
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