24.2.11

12.

és toda a beleza do mundo. a graciosidade sobrehumana que emana de ti destrói-me. 

11.

sim, vocês trocam palavras de amor. se não for amor, não sei que lhe chamar. tocam-se em momentos paralisados no espaço, retirados  da realidade para não vos ferirem. e assim se cobrem de amores roucos e intermitentes, rodopiam mundos e sonhos na distância, no vácuo, que separa as vossas peles.
é assim que sofremos esta dor palpável e inevitável.


'não estou aqui a fazer nada' - repito para mim própria. 

23.2.11

10.

vivemos neste silêncio oco de quem se quer sem se amar.
acumulamos dias como troféus de sal, sem que no entanto lhes provemos o gosto. deixamos palavras aqui e ali. palavras em que nenhum de nós crê. todas aquelas que podíamos sussurrar à noite vazia, cosemo-las ao frio.
e de nós resta um pequeno casaco de lã (ou de outro cristalino e gélido, se assim preferires).


mais tarde, somos encontrados com lãs rasgadas e de sexos juntos, congelados no silêncio das conversas que nunca tivemos.

1.2.11

9.

achei que isto se pudesse adquirir por certo tipo de contágio simbiótico. enganei-me.

8.

um casaco sóbrio e comprido e um cachecol de lã chegam para me proteger de ti, ser inútil.