tu tens saudades do passado. eu tenho saudades do futuro.
28.2.11
24.2.11
11.
sim, vocês trocam palavras de amor. se não for amor, não sei que lhe chamar. tocam-se em momentos paralisados no espaço, retirados da realidade para não vos ferirem. e assim se cobrem de amores roucos e intermitentes, rodopiam mundos e sonhos na distância, no vácuo, que separa as vossas peles.
é assim que sofremos esta dor palpável e inevitável.
'não estou aqui a fazer nada' - repito para mim própria.
23.2.11
10.
vivemos neste silêncio oco de quem se quer sem se amar.
acumulamos dias como troféus de sal, sem que no entanto lhes provemos o gosto. deixamos palavras aqui e ali. palavras em que nenhum de nós crê. todas aquelas que podíamos sussurrar à noite vazia, cosemo-las ao frio.
e de nós resta um pequeno casaco de lã (ou de outro cristalino e gélido, se assim preferires).
mais tarde, somos encontrados com lãs rasgadas e de sexos juntos, congelados no silêncio das conversas que nunca tivemos.
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